terça-feira, 5 de janeiro de 2016

AS PEDALADAS DE CAPÃO

No último dia do ano de 2013, eu escrevi uma crônica cujo título era: AS BRUMAS DE CAPÃO, que encerrava desse jeito:

Lá pelas duas da tarde, ao voltar do almoço para sesta, o sol escaldante dominava a paisagem. Nada mau para um ano findante, o outro já vem, com alguns ganhos e perdas, sem uma definição clara do que foi e muito menos do que será a partir de amanhã. Provavelmente tudo segue deste jeito.

E assim transcorre o tempo e a vida sem grandes realizações e sobressaltos. O país não engrena e em marcha lenta, mas sem parar, move-se lentamente.

Espera-se que a economia imponha linhas mais claras e caminhos retos, assim como o brilho do dia, aos poucos, dissipa as brumas de Capão.

Capão da Canoas, 31 de dezembro de 2015.”

Pois agora estou de volta, em vez de brumas o céu é pedrento e o tempo abafado. O ano de 2015 foi difícil. Petrolão, pedaladas (maior sucesso aqui em Capão da Canoa, é a bicicleta tipo “minhoca”, tal como um trem de veículos ou vagões, para duas pessoas, passeiam à noite na rua e dê lhe pedalada), impeachment, golpe, contas na Suíça, cartinhas pessoais, lava-jato. Será que já vimos de tudo, ou ainda teremos surpresas?

No Brasil, 2015, foi o ano dos “coxinhas” e “petralhas”. Do supremo, do TCU. Sai ministro, entra ministro. Discursos vagos, ninguém acredita em mais nada.

No Rio Grande do Sul votou-se aumento de impostos, de combustíveis, de energia, de cerveja – pelo amor de Deus!- redução do prazo de pagamento do IPVA, ou seja: tudo contra o cidadão que paga a conta e já não aguenta.

Aumentarão o combustíveis, as passagens de ônibus. Enquanto o dólar dispara, a bolsa de valores cai, a inflação aumenta. Está tudo como o Diabo gosta. 2016 promete!

Se o ditado continua valendo a coisa vai ficar feia:

“-Céu pedrento!
-Chuva e vento!”

Só nos resta pedalar.


 Capão da Canoa, 31 de dezembro de 2015.

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